quarta-feira, setembro 21, 2005

Diálogos de Rivaldo

(Na Portaria). Alguém grita.

- SEU RIVALDO!!!
- Diz aí quem me chama.
- Seu Rivaldo, meu irmão entalou na lixeira.
- Ou ele merece estar ali ou vocês não merecem morar no prédio.
- Por quê?
- Ou ele é imbecil o suficiente pra fazer qualquer coisa num lugar tão sujo e inumano ou vocês estão com falta de comida em casa, o que significa pobreza e eu não suporto gente pobre e burra.
- Meu Deus, Seu Rivaldo. É meu irmãozinho...
- Sabe que eu não posso sair da portaria à toa. Não posso fazer nada. Já faço nada aqui.
- Nem um minutinho? Ele deve estar morrendo!
- Minha filha, entenda uma coisa: eu sou porteiro, não sou bombeiro.
- Não tem ninguém que possa ajudá-lo aqui! O que eu posso fazer? Meu Deus, estou desesperada!

(Com cara de pensativo)

- Vamos lá.

(Chegando lá molha as pernas do garoto com álcool e acende um fósforo)

- Meu Deus!
- Isso que é desespero, sua filha da puta!

(PAUSA)

- Odeio gente burra!