sábado, dezembro 09, 2006

Vida da infância no mato de Paraíba do Sul com a namoradinha que perdi

Lembrei outro dia
Lembra?

Da velha e azul e tanta
bicicleta que caí

Do cheiro fácil
E morno
Que nos fez sorrir

Da solidão imensa
Que criou um homem
Em mim

Lembrei outro dia
Lembra?

Da figura quixotesca
Do mendigo
Demerval

Da doçura quase morta
De uma roupa no
Varal

Do pesado anoitecer
Que escondia o amor
E o mal

Lembrei outro dia

(Lembra)
Que a vida não valia

(Lembra)
Que tudo nos podia

(Lembra)
Que a morte permitia

A paz.