terça-feira, agosto 30, 2005

Segredo da Porra



Há no momento em que o homem
Pára, contrariando a lei de todas as partes do corpo, inclusive a consciência,
Até pq pára no termo impossível q inventou.
Enfim, há nessa hora, ajuntando-se o fato de ele escrever
Poesias assim
Um segredar de coisas q apavora.
Apavora saber aquilo que ele naum conta
O q exala, imperfeitamente por entre os olhos de quem lê.
Apavora imaginar q o q se sabe é a ponta de um coração
Que o homem, qnd pára e escreve,
Torna-se cúmplice de seu silencio
E o transforma em algo bem visível, sonoro.
Mas silencioso, nem abaixando e calando td a volta.
Apavora descobrir q ninguém será capaz de ouvir,
Pois os meios a se fabricar o silencio próprio
Naum é meio pra desvendar os meio alheios.
Completamente alheios aos próprios meios.
Há em cada um estradas infindas que se percorrem
No trato com o baleiro, ä resposta da mulher amada
No choro escondido no banheiro, a descoberta de quem somos.
Achamos respostas para perguntas e naum achamos no mesmo e exato tempo, pois segredamos e sussuramos e nos perdemos.
É pra isso q serve o tempo, pra existir na hora das respostas
Apenas para indicar e ocultar o zunido dos segredos que ziguezagueam
Costurando com fios de frio a nossa solidão.
Apavora encontrar-se a si nas coisas iguais a nós
Em essência
Naquilo que parece ser vivo e é
No horizonte, pedaços confinados de sonhos
Na clemência e paciência dos mares e das plantas
Que são a representação da própria resposta e da pergunta
Vai-volta, leva-traz, contidas e libertas pelo vento
Ou por nossos olhos.
Apavora saber que numa carta pode estar deus
E na resposta dela, a certeza do homem.