quarta-feira, janeiro 03, 2007

Poesar a Beber

Estou bebada
Não queria começar assim
Feito metáfora sem metáfora
Feito estado de si sem em si
Desaguando mijo e sal

Estou seca pra falar
Poesar
Quem poesa tem ócio,
Muleque.
Eu trabalho e poeso
Trabalhos
E dívidas de trabalhos
E dias distantes
Que passam além-mim

Estou de cheiro
De voz pra caralho
Na estação
Sem ver poesias
Eou irradiações subcutaneas
De poesias nas horas
Faço poesias sem poesar

Na verdade
Em verdade
Queria comer a Beber
E poesá-la
Nos seios
E no sono
Debaixo da marquise
De uma copacabana vigia
E bossa.